Viana
Patrimônio, cultura e história
Viana é uma das sete cidades que compõem a Região Metropolitana, uma cidade bem próxima da capital que guarda características do interior e tem, como grande patrimônio, a cultura e a história que o município mantém vivas.
Uma das grandes atrações é a Pedra dos ventos que fica na divisa entre Viana e Domingos Martins. Para quem gosta de caminhar e se aventurar em meio a natureza, o percurso dos trilhos é uma ótima opção. O trajeto deslumbrante começa em Viana, passa por Domingos Martins e termina em Araguaia. São 46km passando por pontes, túneis, cachoeiras e ainda fazer uma viagem ao passado por um local em que se passavam trens de carga.
Por volta da década de 70, a estrada de ferro era ativa, de maneira que a saída do trem era realizada em Argolas, Vila Velha, com objetivo de ligar o estado do Rio de Janeiro com Espírito Santo.
Eu não fiz o percurso completo, mas dizem que dura em média 2h30, e está a 15 metros acima do nível do mar para uma altitude de 530 metros. Pretendo voltar ao local com mais tempo para fazer a trilha completa.
Como chegar?
Seguindo em direção a Domingos Martins quando chegar na Gold Água Mineral retorne em direção a Vitória e vire na segunda à direita, sentido a Usina de Jucu.
Em companhia do Gonzaga, Rosi e Fábio, a galera da Up Rope Adventure, chegamos no local, estacionamos e fomos direto para a trilha, passos depois já vi um lindo arco de bambu, olha que coisa linda!
500m após o início da caminhada já me deparei com o túnel. Por ser muito escuro, mesmo na claridade do dia, recomendo levar lanterna para que ao menos consiga se defender dos morcegos, brincadeira.. os morcegos existem, mas eles ficam quietinhos nos buracos no teto, a lanterna até auxilia vê-los.
O fim do túnel sai na trilha dos trilhos, a princípio dá receio porque a madeira está aparentemente deteriorada, mas ela aguenta o peso da travessia que permite uma vista maravilhosa da paisagem que ainda inclui uma cachoeira.
Nessa paisagem deslumbrante foi na pedra dos ventos, que a Up Rope Adventure preparou os equipamentos de segurança para a descida de rapel+, me senti super segura e bora descer…
O término do rapel é numa cachoeira maravilhosa, aliás o passeio inteiro foi incrível, dá pra passar um dia super agradável, mas pra isso é preciso levar alimentação, pois não há infraestrutura no local.
No bairro Formate está localizado um paraíso de águas tranquilas conhecido como o Vale das Cachoeiras – ou Cachoeira do Aloísio, uma opção para quem quer refrescar longe das aglomerações, seguindo pelo leito da cachoeira, numa trilha considerada leve você encontra pelo menos umas 9 piscinas naturais e uma paisagem de vegetação nativa, o que torna a paisagem ainda mais bonita. Uma pequena taxa é cobrada para usufruir o espaço e aos sábados e domingos é possível almoçar no local. E ainda tem a Cachoeira Piapitangui e a Cachoeira Olhos D’água.
A Igreja Nossa Senhora da Conceição é a principal do município, mas tem outras como a Igreja Nossa Senhora da Ajuda.
Saindo da aventura, já na cidade parei na Estação ferroviária, de onde saía o passeio Trem das montanhas capixabas, que atualmente está desativado
A Fazenda Belém, sítio original das Ruínas da Igreja Nossa Senhora de Belém, é do século XIX pertencendo ao primeiro arcipreste da província do ES.
Na ruína se vê a nave, torre e vestígios de parede. Internamente tem a nave, capela-mor e sacristia, estas duas demolidas no século XX, A torre possui base quadrada, chanfrada nas arestas e arrematada por bulbo de mesma planimetria, possui vãos de janela, sendo três deles situados na torre e quatro no nível do sino. Na fachada frontal, três janelas sobre o coro.
Na área rural encontramos vários atrativos como o Sítio Gava. No caminho, não há placas, o acesso, saindo de Vitória, se dá pela BR 101, tem que entrar em frente a fábrica Bebidas Regiane ou da fábrica Dumilho (uma fica em frente a outra), virar na primeira direita após a Dumilho e seguir a vida toda, como dizem… Cheguei!
O sítio, que fica em Piapitangui, possui seis piscinas em meio a paisagem, espaço para camping, pesque e pague e lanchonete para os visitantes. É um lugar delicioso pra ficar à toa, deitado na rede ou nas piscinas límpidas, com águas que vêm de um poço artesiano de 60m abaixo da superfície. Pedras, piscinas, bicas e água transparente tornam o lugar especial!
Para passar o dia lá é cobrado uma pequena taxa que te dá direito a usar toda a infraestrutura, incluindo campo de futebol e espaço com churrasqueiras, onde pode levar carne (e todo tipo de comida) e a bebida deve ser comprada no local. O espaço fica aberto nos finais de semana e feriados das 9 às 18h. Uma dica importante é marcar antes de ir, pois só funciona com agendamento. Contatos: (27) 3366.4216 ou 99776.5791.
Outra opção de lazer é o Túnel da alegria, um parque com campo de futebol, muitas árvores, estacionamento e, claro, piscinas.
E tem mais aventura em Viana, fiz também com a equipe Up Rope Adventure o conhecido Pêndulo Humano no Pontilhão. Foi lá que eu descobri a diferença de pontilhão para bungee jump explicada pelo instrutor Gonzaga, confere aí:
Localizado no bairro Universal, um lugar legal para conhecer na área rural em Viana é o Restaurante Recanto dos lagos, uma das opções gastronômicas do município.
O restaurante self service possui decoração rústica, incluindo um moinho (que funciona) de fazer fubá. A comida é boa, feita no fogão à lenha, e para embalar o almoço tem apresentação de viola caipira. O clima de roça é garantia de um ambiente tranquilo, harmonioso e agradável. Quem quiser passar o dia por lá, o espaço possui piscina na parte superior do restaurante e ainda conta com lagoas para pescar.
Uma outra opção de atrativo turístico da região é o Restaurante Vista da Mata, que tem vista privilegiada para a Mata Atlântica, que dá pra ser apreciada da varanda, uma área bem disputada. Possui espaço relax com redes, sofás, espreguiçadeiras e mesas de jogos. O almoço que é feito no fogão à lenha e com muita variedade, apesar de delicioso, não é a grande atração da casa, mas sim, o farto café colonial que funciona todas as sextas das 17h às 22h. Petiscos, caldos, pães e biscoitos caseiros dividem o espaço com os tradicionais bolos de aipim, de coco, milho, fubá e chocolate, além de outras delícias. Vale muito a pena experimentar essa maravilha!
Em Marcílio de Noronha
Vale muito a pena tirar um tempinho e conhecer o município de Viana. Você vai se surpreender! E olha que tem muito lugar que ainda não fui entre eles: Biblioteca Municipal Júlia Colnago Miranda, Biquinha, Casa da Cultura, Galeria de Arte Casarão, Coreto, Praça Jerônimo Monteiro, Piscina do Zé Maria, Rampa do Urubu, Rio Jucu, Ruínas dos Cemitérios e o Teatro Municipal Luiz Rodrigues de Siqueira.
E assim, foi minha passagem pelo município de Viana… Fica aqui a minha sugestão. Prontos para a próxima viagem? Continuem acompanhando a coluna e o programa DAQUIPRALI na Rede TV! E quero a participação de vocês através do Instagram @daquipraliviagem. Me conta se você conhece a região e o que você achou da cidade. Até a próxima!
FOTOS: DAQUIPRALI, GOVERNO DO ESTADO DO ES E PREFEITURA DE VIANA
Geylla Sall
viana
"vianense"
Ao final do século XVI e início do século XVII, os portugueses saíram de Vila Velha e seguiram pelo Rio Jucu em canoas, em busca de ouro. Acredita-se que sua primeira passagem tenha sido por Araçatiba, instalando-se ali os primeiros colonizadores, seguindo depois pelo Rio Santo Agostinho até alcançar o local que hoje é a sede do município de Viana. Os indígenas que habitavam a região eram da tribo dos Puris.
Viana inaugurou o ciclo da imigração europeia para o Espírito Santo oficialmente em fevereiro de 1813. Vieram imigrantes alemães e italianos. Para reduzir a escassez de mão-de-obra agrícola e ajudar a povoar as margens da primeira estrada que ligaria Vitória à Minas, foram chamados também os açorianos.
Paulo Fernandes Viana trouxe de Açores, 53 famílias que contribuíram para o povoamento de Viana. Os açorianos receberam terrenos, casas, ferramentas, carros de bois ou cavalgaduras. Eles se instalaram nas proximidades do Rio Jucu e seus afluentes – Formate e Santo Agostinho – e iniciaram o cultivo de trigo e arroz, melhorando também as culturas de milho e mandioca, já conhecidas pelos nativos.
Viana teve também um porto fluvial bastante movimentado, chamado Porto da Igreja, localizado ao Sul da cidade, às margens do Rio Santo Agostinho. Desembarcaram ali os materiais utilizados na construção da Igreja Matriz, os objetos religiosos e a imagem de Nossa Senhora da Conceição. O Porto da Igreja foi um grande empório comercial.
O capelão Frei Francisco Nascimento Teixeira foi encarregado de fundar ali um núcleo populacional, para tanto, recebeu algumas terras do governo. O novo núcleo recebeu o nome de Viana, em homenagem a Paulo Fernandes Viana, o pioneiro da região. Antes, a cidade era chamada de Jabaeté.
A contribuição cultural deixada pelos europeus pode ser sentida ainda hoje nos casarios antigos que resistem ao tempo. Os jesuítas, índios e negros também ajudaram na construção da história do município, que foi criado oficialmente em 23 de julho de 1862, ao ser desmembrado de Vitória.
Fonte: Secretaria de Estado do Turismo – SETUR/ES
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